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quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Tolerância zero II

Este texto não é uma apologia ao crime, mas um pedido de reflexão.
Artigo inicialmente publicado no meu blogger agora refeito em função do belo texto publicado pela Jornalista Denise Maira de Lima e Silva e retransmitido pelo Superinformativo do Movimento Viva Brasil.
Agora mais nada é permitido. Mesmo existindo no passado sérias restrições a certos atos praticados, a coisa engrossou mais. Perderam-se a noção das garantias fundamentais constitucionais de um lado e de outro, evocando-as promove-se a caça às bruxas.
Um exemplo é o trafico de drogas, um dia era um simples crime com penas proporcionais, processo rigoroso. Agora, é comparado ao hediondo, não é mais passível de liberdade provisória e a pena mínima é de 5 anos. Não pensaram na recuperação do traficante, sua inserção social.
Agora resta a todos os bandidos a bastilha como pessoas irrecuperáveis. A falta de coragem para instituir-se a pena de morte clara e abertamente fez com que o legislador enclausurasse por mais tempo os criminosos nas celas de penitenciárias. Ficando mais tempo lá será possível que seja morto por outros bandidos. MS tratar a recuperação é algo fora de cogitação. Se assim fosse o sistema carcerário seria melhor pensado. Pensaria o legislador e o julgador na recuperação e nem tanto da condenação.
Beber no trânsito é uma das novidades que estamos tendo de nos adaptar. De fato deve-se repudiar um comportamento destes, mas ao tentarem coibir o ato pesaram a mão demais. Nem mais o padre pode santificar o vinho e bebê-lo se for dirigir após a sagrada missa. É impossível conceber a ida de enamorados a um motel e não beberem ao menos uma champanhe para alimentar suas libidos. Tal qual o padre e esperado após a missa estes enamorados serão detidos na porta do motel! Já está provado e comprovado que penas altas não reprimem crimes e infrações. Vejamos exemplo do uso de capacetes por motociclistas. Uma onda educativa foi propalada e hoje não se vê um motoqueiro sem o seu aparato de segurança. Tudo feito na educação.
O uso de algemas é um fato que sempre causou controvérsias. Sou de opinião firme que deve ser regulamentado. Mas na forma que o STF fez já exagerou demais. Vamos ver bandidos tomando armas de agentes penitenciários e policiais e fazer a festa. Aqui abriu-se demais as liberalidades. Um bom punguista será capaz de (sem algemas) tomar a arma do agente de segurança (policial militar ou civil) e praticar grandes peripécias.
Assim como blindaram os advogados algumas castas de pessoas estão blindadas tal qual tanques de guerra mesmo. Os advogados estão com seus escritórios livres de qualquer ação policial. Somente pode invadir os nossos claustros após uma infinidade de procedimentos, ofícios e que uma turba de pessoas faça a vistoria: advogado, autoridade policial, representante da OAB, documento emitido por autoridade judiciária devidamente fundamentado determinando a “visita”. Merecendo prisão qualquer local pode ser “invadido” desde que exista flagrante não é proibida a entrada em residências ou estabelecimentos comerciais e de profissionais liberais. Mais uma vez o exagero surge com se fosse a salvação de uma classe.
Quando eu disse que temos outras castas blindadas refiro-me dentre outras, às mulheres: se tocar numa mulher o homem é preso, processado e condenado em instantes e nem terá voz ou vez. Se o homem não pagar a pensão e se por algum motivo intergaláctico não for preso basta acusá-lo de agressão. Certo é que em mulher não se bate nem com uma flor, mas marginalizar os homens de forma tão vil já é demais. Faltou ao legislador ponderação e vistas à balança da justiça que não deve pender nem para um lado nem para outro.
Outra casta protegida: as crianças e adolescentes. Elas podem falar o que quiserem que suas falas têm mais valor que qualquer outra prova. Garotas de programa estão levando homens às cadeias ao argumento de terem sido estupradas. Um absurdo. Crianças e velhos devem ser protegidos sim, mas as agressões aos mesmos devem ser punidas proporcionalmente. No meu tempo minhas peripécias tinha um bom remédio: chinelos havaianos! Um tapete de milho à frente da imagem de Nossa Senhora e orações que eu tinha de recitar sob os olhos e ouvidos atentos de minha querida mamãe. Criança birrenta tinha canto de reflexão, tinha vara de marmelo para curar falta de educação. Hoje um puxão de orelha é visto pelos conselheiros tutelares como tortura. Um xingamento ou olhar repressivo é tortura psicológica. E assim formam-se demoniozinhos para no futuro marginalizarem-se e se tornar sabe-se lá o que. No meu tempo não havia estupros pelo fato de que lugar de criança era na barra da saia da mãe ou estudando. Nada de ficar vagando pelas ruas. Nada de roupas insinuantes. Modéstia e educação rigorosa em casa foram a melhor prevenção contra atos sexuais contra crianças. Não existia pedofilia porque criança não tinha internet tinha a Enciclopédia Barsa para adquirir conhecimento e amor á leitura. Leitura de aparelhava o escrever escorreito e não estas loucuras que se vê na internet.
Blindaram uns e vilipendiaram outros. Em dias de hoje quando se vê uma criança na rua altas horas da noite não acudimos ou prestamos algum auxílio à figurinha abandonada. Corremos dela como se corrêssemos do diabo. Pois poderemos ser acusados de pedofilia. Comprar um chiclete ou dar uma esmola pode-se tornar um pecado capital.
O que antes era um fator histórico hoje é regalia: ser afro-descendente. Tem cota em faculdade e os negros não concorrem de par-a-par com os demais vestibulandos. Agora sim pode-se dizer que os negros estão diferenciados dos brancos. Eles são melhores? Ou piores? Institucionalizou o racismo! Neste rol soma-se os índios. Nossos irmãos de ébano agora são discriminados por lei de cotas! Absurdo!
Sobre armas surge a maior confusão legislativa e política já instaurada. Numa constituição republicana que permite a legítima defesa ceifa do cidadão o direito de portar uma arma para que se defenda de bandidos. O argumento governamental é que estas armas vão para mãos de marginais! Ora. Nas mãos de marginais estão armas do comercio ilegal. Armais ilegais fornecidas por militares corruptos. Ademais bandido não usa .38! Isto não é arma que preste. E somente estas armas de calibres raquíticos são permitidas ao cidadão comum. As armas utilizadas para o esporte do tiro são total e absolutamente imprestáveis para porte e uso no dia-a-dia dada as suas configurações de estrutura.
Onde vamos parar não imagino. Pretende-se com estas ações tornar o ser humano um santo. Ou santo ou demônio. Meio termo não existe mais. Não se tem esta oportunidade.
Não estou aqui a defender a marginalidade e fazer apologia a crimes. Mas querendo dar um passo para reflexão de nossos regulamentos.


Artigo que mencionei no inicio desta postagem



Definindo o luto esperado por Fernando Vieira de Mello Filho

"Convenhamos, tiro é uma modalidade esportiva não necessária"


Estamos em estado de luto, resta definir quem morre: o esporte, a imprensa ou a nação. Enquanto jornalistas bem sucedidos e, supostamente, muito bem formados, e informados desperdiçam o curto e caro espaço destinado ao jornalismo informativo, tecendo comentários infelizes e opiniões preconceituosas, de caráter obscuro, disfarçado sob o manto do politicamente correto, contra modalidades esportivas. Atletas arriscam um futuro incerto para representar nosso país mundo a fora.

Reviramos a memória tentando lembrar quando a imprensa perdeu princípios básicos como imparcialidade e impessoalidade, ou talvez, modalidades como o tiro esportivo, tiro com arco, boxe, luta livre, esgrima, taekwondo e pentatlo moderno tenham sido extintos por medida provisória ou súmula vinculante.

Verdade é que vida e morte de pessoas, coisas e nações nunca serão determinadas por merecimento. Nosso país pode estar morrendo não adiantando nossa gente não desistir nunca, nosso futebol ter sido penta, e nosso discurso político e ecologicamente correto estar em alta.

Estamos fadados ao fracasso buscando o fim da violência proibindo armas hoje, facas amanhã, e em dois mil e vinte já teremos banido talheres e louças e reinventaremos a idade da pedra virtual, e faremos refeições em comedouros.

Nosso fracasso tem um quê de divindade ao pregarmos que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, e admitimos um Estado refém de dogmas religiosos que proíbem qualquer forma de planejamento familiar e de controle da natalidade; e crescemos, sem saber onde, como, quando e quanto, mas sob o financiamento da CPMF ou do Pré-sal.

Fracassamos ovacionando uma “ECA”, Estatuto da Criança e do Adolescente e brigamos por educação e re-socialização esquecendo que, quando crianças e adolescentes tivemos pai, mãe, deveres, horários, responsabilidades e punições, e nem assim, nos tornamos deprimidos, revoltados ou psicopatas.

De fracasso em fracasso o povo deixa de pensar e agir. E em nome de uma igualdade equivocada e inexistente, mata-se o sentido de cidadania, subvertem-se as instituições, enquanto o Brasil desiste de sobreviver e de tornar-se melhor, abrindo mão de tudo.

Quem sabe hoje Guilherme Paraense seria um cidadão da Geórgia.


Denise Maria de Lima e Silva
ATLETA DO TIRO
& JORNALISTA

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