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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

sobre o preconceito

Preconceito

Estabelecido um conceito e aplicado generalizadamente é algo costumeiro no cidadão. É o que Arthur Shopenhauer já havia dito ser “natural da perversidade do gênero humano”.

O negro já foi conceituado com sendo pessoa ruim dada àquela cultura medieval e escravocrata do tempo do Brasil Império, e este conceito perdura até nossos dias. O homossexual também chamado de pederasta de forma pejorativa, nunca foi aceito pela sociedade cristã que presa pela masculinidade como forma de procuração de adeptos ao cristianismo e ofensa à natureza, fez com que milhares fossem queimados na santa inquisição. O índio é visto como pessoa sem afazeres, um vagabundo. Os judeus foram emplacados como ladrões e seis milhões morreram nas usinas de Adolf Hitler.

Parece-me crer que as pessoas ainda não desconfiaram que estamos num mundo evoluído onde deveremos viver sem “tabelar” nossos semelhantes. Não apenas evocando a crença cristã, mas todas as religiões que pregam a igualdade entre os irmãos temos de agir de forma a quebrar os paradigmas e conceitos antigos, oriundos de um tempo de pessoas sem almas.

Com a evolução normal das civilizações deveremos conscientizar que estamos em um planeta onde a miscigenação, fruto da globalização normalmente nos leva a sermos, mais que nunca, iguais uns aos outros. Sem a mínima distinção de raça, cor, orientação sexual ou etnia deveremos coexistir na paz.

Contudo muita gente ainda se esquece que somos irmãos (TODOS IRMÃOS) e selecionam para si aqueles que são dignos da fraternidade e relegam a outros a pecha de indignos da convivência na sociedade. Pessoas assim são chamadas corretamente de preconceituosos e racistas.

Numa tentativa de coibir estas atitudes perversas a lei tenta barrar estes cidadãos. Hoje contamos com a diversidade cultural como sendo a norteadora dos nossos atos e convivência.

Assim sendo o crime de racismo é grave e contra ele não corre prescrição e não é passível de fiança. São penalizadas todas as atitudes que visem denegrir a imagem do negro, homossexual e demais pessoas tidas como vítimas de preconceito ou racismo. Temos a lei de cotas para os afrodescendentes que facilita a sua entrada nos estabelecimentos de ensino superior e por aí vão várias atitudes que são tomadas para por fim a este câncer social da diferenciação das pessoas.

Muita gente confunde as situações que ocorrem nestes casos. Até mesmo aqui na Rádio Espacial tivemos uma lamentável situação que merece registro:

Judite é uma boneca que sinaliza as promoções da rádio sempre acompanhando nosso estimado Euler Faria em suas promoções pela cidade. Judite é negra! E isto tem causado em pessoas negras pasmo no sentido que sentem-se ofendidas com a boneca. Ora, imagino se a Radio Espacial tivesse preferido usar não uma Judite, mas Waleskah (russa) olhos azuis, loira, alta? Iriam dizer que a rádio não tem coragem de colocar uma negra, que a rádio é preconceituosa! Interessante notar que esta idéia teve inicialmente uma loira para figurar nas promoções da rádio, e justamente um colega de trabalho, que é negro, alertou para o preconceito e sugeriu que Judite fosse da doce cor do ébano.

Mais lamentável é quando estas atitudes preconceituosas tem origem justamente em pessoas que carinhosamente chamo de pérolas negras. É o chamado auto-preconceito. Talvez a pior forma de preconceito, contudo como mais uma prova de igualdade todos tem preconceito de uma forma ou de outra.


artigo publicado no JC Notícias

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