Páginas

segunda-feira, 28 de março de 2011

Literatura atual

O FUTURO DA DEMOCRACIA

Bobbio, Norberto

Tradução de Marco Aurélio Nogueira

São Paulo

Editora Paz e Terra S/A

ISBN 85-219-0359-6

Original: Il Futuro dela Democrazia

 

Inevitável contaminação da teoria quando forçada a submeter-se as exigências da prática.

Voto é uma mercadoria que cede ao melhor ofertante.

O regime democrático entende-se primariamente um conjunto de regras de procedimentos para formação de decisão coletivas, em que está prevista e facilitada a participação mais ampla possível dos interessados.

Só o poder pode criar direito e só o direito pode limitar o poder.

Os próprios legisladores estão submetidos a normas vinculatórias.

A democracia somente se desenvolveu e hoje existe onde os direito de liberdade forma constitucionalmente reconhecidos.

O filósofo não se afina com profecias (…). A filosofia ocupa-se daquilo que é eternamente, ou melhor, da razão, e com isto já temos muito o que fazer. (citando Hegel)

Todas as ações relativas ao direito de outros homens cuja máxima não é suscetível de se tornar pública são injustas. (citando Kant e seu imperativo)

Está em diminuição o voto de opinião e em aumento o voto de permuta – voto di scambio.

Nenhuma guerra explodiu até agora nos Estados dirigidos por regimes democráticos.

Kant proclamou como primeiro artigo definitivo de um possível acordo de paz perpétua que “a constituição de cada Estado deve ser republicana”.

Os jovens são tão inclinados as ilusões quanto as desilusões.

Se existe hoje uma ameaça a paz mundial, esta vem ainda uma vez do fanatismo, ou seja, da crença cega na própria verdade e na força capaz de impô-la.

O que distingue essencialmente um governo democrático de um não-democrático é que apenas no primeiro os cidadãos podem livrar-se de seus governantes sem derramamento de sangue.

O luxo corrompe o rico e o pobre, o primeiro com a posse e o segundo com a cupidez.

Ninguém pode imaginar um Estado capaz de ser governado através do contínuo apelo ao povo.

E efeito do excesso de politização pode ser a revanche do privado.

Consideramos todo aquele que não participa da vida do cidadão, não como alguém que e ocupa apenas dos próprios negócios, mas como um indivíduo inútil.

tão logo alguém diga dos negócios de Estado: que me importam eles?, pode-se estar seguro que o Estado está perdido.

A democracia é um sistema político que pressupõe o dissenso. Ela requer o consenso apenas sobre um único ponto: sobre as regras da competição.

… que apenas onde o dissenso é livre para se manifestar o consenso é real, e que apenas onde o consenso é real o sistema pode proclamar-se com justeza democrático.

Nenhum comentário: