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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

SOBRE OS SEMÁFOROS EM PARÁ DE MINAS

Sou Patafufo de nascimento e coração. Abarco todas as campanhas que enaltecem a cidadania Patafufa: orgulho de meu coração / terra dos teares / não se esqueça de mim / etc..

Pois bem, neste sentido sempre digo de forma jocosa que Belo Horizonte pertence a Grande Pará de Minas.

Em grandes cidades, nestes tempos de marginalidade a solta, é comum que as autoridades administrativas deixem os semáforos no sistema de simples alerta, ou seja, a luz amarela piscando intermitentemente, para que os motoristas, vítimas de assaltos nestes locais, não necessitem parar seus veículos nos cruzamentos.

Nestas megalópoles as autoridades militares, no mais das vezes, não lavram as multas de trânsito por avanço de sinal vermelho nos cruzamentos chamados “de risco” ao motorista que a ele ultrapassar “no vermelho” (vermelho da situação criminal local). O policial militar e autoridade de trânsito sabem que o motorista está preservando seu patrimônio e a própria vida quando assim age.

Mas... Pará de Minas não está no nível destas cidades grandes. Estamos num nível mais inferior. E aqui o inferior toma nuanças bem contrastantes.

Em Pará de Minas vemos pobres e acéfalos “boyzinhos” com seus calhambeques (nem todos vermelhos como os do Rei Roberto) tunados com músicas pornográficas, rodando freneticamente por nossas seculares vielas; referencio uma cidade de três turnos nas fábricas que obriga o transporte público ultrapassar no horário noturno (e na velocidade) seus serviços convencionais e serem ladeados por “vans” que fazem o trabalho de leva-e-traz de fiandeiras e outros profissionais nos horários críticos das trocas de turnos a noite. Em Pará de Minas o movimentos estudantil finda somente após as 22:30 horas com professores e alunos procurando o regaço de suas residências. E ainda somos centro nervoso do passadiço frenético de grandes veículos que vindo das minas, transpõe nossa estalagem (ou parada das minas) para direcionarem-se a capital. É durante a noite que algumas tragédias assaltam as pessoas e os veículos preferenciais necessitam de estar a toda velocidade para salvar a vida dos moribundos, e as ambulâncias e veículos do Corpo de Bombeiros necessitam de sossego para ultrapassar as ruas em segurança.

semaforo

Tudo isto a fazer com que nossas noites sejam frenéticas em movimento de veículos.

No mínimo, isto justifica que tenhamos um controle de tráfego bem criterioso para que o trânsito não nos surpreenda com encontros trágicos nos cruzamentos.

Mas o faroleiro ou candeeiro da terra dos Patafufos prefere desligar os semáforos junto com seu relógio natural: as galinhas. Esquecendo-se que os curiangos tem hábitos noturnos e estendem suas rondas até altas horas. E são muitos os morcegos que somam-se aos curiangos.

O vai-e-vem de veículos em Pará de Minas somente ameniza após a primeira hora.

Não se pode admitir que os semáforos encerrem seus funcionamentos antes do abrandamento do trânsito intenso da cidade terminar.

E vão dizer que os “estudiosos”, “cientistas”, “técnicos” e outros “especialistas” apreciaram o caso e concluíram que o correto é desligar a sinalização no horário que atualmente se desliga. Mas a objeção é feita por todos que trafegam nos cruzamentos abertos pelos bandeirantes.

Fica este artigo como início de um debate público para aqueles que pensam “prevenir antes de remediar”. Não precisamos de grandes acidentes para depois repensar a questão.

Devemos ver tal situação agora! O sinal vermelho está acendendo para as autoridades de trânsito e demais políticos da cidade!

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