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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Biblioteca pública não registra movimento nas férias

Procuro manter-me informado com as notícias de Pará de Minas lendo diariamente os sites informativos das rádios locais e, claro, através da saborosa leitura do Jornal Diário.

Nunca o noticiário é feito exclusivamente de notícias agradáveis: homicídios, tráfico de drogas, ameaças e outros crimes são sempre anunciados. Crises na saúde pública, questões políticas, comércio são um prato cheio para nossos repórteres. Tudo é notícia. Tudo deve ser noticiado.

Contudo num destes sites vi a notícia que dá titulo a este artigo: a biblioteca de Pará de Minas não apresenta o movimento esperado nas férias. As pessoas se afastaram da biblioteca no período de férias escolares. Ou seja, somente se faz uso da leitura quando obrigados pelos afazeres escolares e determinações dos professores.

Lê-se um livro somente quando não existe outra forma de burlar a determinação dos professores. Mesmo porque existem vários “resumos” que facilitam, ou tentam amenizar o árduo trabalho da leitura. A leitura tem se tornado um fardo pesado para as novas gerações.

Lastimável notícia! Triste constatação!

Já se disse que “um país e feito de homens e livros”. E somente a leitura pode trazer cidadãos formados com uma bagagem cultural suficientemente adequada para fornecer a sociedade pessoas devidamente capacitadas a promover um engrandecimento sociocultural desejável.

Pela leitura assídua descortina-se um mundo onde o leitor apreende as mais variadas informações e ensinamentos capazes de o fazer inserir-se na sociedade com exponencial e diferencial sobre os demais cidadãos.

É, sem dúvidas, extremamente agradável sentar-se num bar e ao contrário da maioria das pessoas que apenas papeiam futilidades, debater um livro, comentá-lo e compará-lo a outras obras. Trata-se de um exercício de inteligência que compara-se ao exercício físico: desenvolve o crescimento intelectivo, dá forças ao raciocinar das pessoas.

Quando, então surge nos nossos noticiários tal abandono relativamente à nossa biblioteca pode-se dizer que avizinha-se tempos negros no futuro. Sim, sim! Atualmente as pessoas que tem grande influência na sociedade são de uma geração que tinha como parada obrigatória os silenciosos corredores das bibliotecas. Pessoas que se dedicaram na leitura dos clássicos nacionais e dos grandes nomes da literatura mundial. Abarrotaram-se de saber e de grandes ensinamentos. E hoje, por bem ou maledicência empregam seus saberes. Mas são grandes figuras do cenário nacional que somente a muito custo terão sucessores de igual quilate.

Não pretendo culpar um ou outro fator social por tal distanciamento das bibliotecas e da literatura. Talvez nossos pais tenham valores diferentes e querem outros rumos para os filhos. Quem sabe a internet e a interatividade virtual seja uma vilã. A falta de tempo e o corre-corre diário faz com que o tempo dispensado na leitura seja classificado como “tempo perdido”.

Bem disse o entrevistado na matéria que uso para redigir estas linhas: deve-se fazer uma melhor e maior divulgação dos benefícios da leitura. Uma movimentação nacional deve ser tomada seriamente para conduzir as pessoas à literatura.

O funcionário da biblioteca local lamenta que os livros estão velhos e talvez isto afaste as pessoas da biblioteca. Infelizmente o poder público não municia devidamente a biblioteca com aquisições de novos títulos. Contudo deve-se salientar que livro é produto sem data de validade, basta ver a atualidade dos escritos de Sócrates e até mesmo outros antecessores seus. E nestes antigos e velhos livros encontra-se a essência de grandes saberes.

Até mesmo este meu artigo não deve ser lido pelos jovens a quem se direciona a crítica do abandono literário. Mas uma ação efetiva deve ser tomada em prol da leitura.

Cumpre a nós, que preocupamos com o futuro intelectivo de nossa cidade, fazer mudar este panorama.

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