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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

não vi

Perguntei por demais “onde estão?”

Olvidei de questionar onde eu estava

Que procura haverá de ser esta?

Onde encontrar-me?

Todos aqueles que eu desconhecia a procedência

Se não foram encontrados é porque não os vi

Na minha cegueira humana não via os humanos

Onde andará um, onde estará outro?

Estão por ai. Só não vê porque não quer

Não se vê nos outros qualidades que não temos

Será esta a minha busca? Ver-me para vê-los?

Para ver todos tenho de tê-los em mim

Com isto a busca não se finda

Mas a vontade impele a procura

Ver o de bom é ser bom

Nada vejo! Nada sou!

Infelicidade cruel querer e não poder

Poder e não ter vistas para encontrar

Feliz o dia da visão plena no outro

Ver, vê-lo, ver-se

Que olhos são estes que abandonam o mundo real

Procurando o sentimental sem sentimentos

É como empreitar jornada sem matula

Parece ter saber, não mais que um indigente atrevido

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