solidão

Que estranha sensação é esta que me rodeia e me faz sentir só?

Tenho infinitos amigos e um amor que me ama. Mas me deito na cama e me sinto só!

Ando na rua cheia de gente. Oi ‘prá lá. Bom dia ‘pra cá. Paro e ainda me vejo só!

Devo falar no mínimo 10 horas ininterruptas todos os dias com cerca de 30 pessoas. Credo! Ainda estou só!

Volto para casa e tenho família. Um pai que tem afazeres e uma mãe afazeres outros.

O irmão é só paquera. A irmã não é diferente.

Cada qual no seu quarto, cada um com seus botões a falar.

Como posso me desabafar!

Com que amigos? Eles têm coisas outras a fazer. Não falo com eles. Só ouço.

Mas parece que tem algo a falar que não é dito.

Sempre tem uma coisa que não é falada. Fica sempre querendo ter alguém com que entreter-se em intimidades.

Nenhum momento é adequado. Não dá para falar.

Acabo que fico acompanhado só do travesseiro.

Bom que com ele posso criar um outro personagem. É... Um outro eu. Com ele falo tudo.

Com “eu” não existe censura. Interessante é que ele me aconselha. Só ouço o que gosto. “Eu” é bom demais. Chega de buscar outras pessoas.

Achei meu verdadeiro amigo!

Ele é “Eu”.

Mas espera aí!

Será que ele é de confiança!

Ai ai! ai!

Tô eu sozinho de novo!