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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

um conto

Saindo de casa um poeta aventurou-se pelo mundo para procurar a mais perfeita expressão de amor para os seus poemas. A todos que escrevia, maravilhava. Mas nunca se deu por satisfeito. Por todo o mundo habitado e inabitado percorreu. Escrevia incansavelmente. Descrevia tudo o que via e poderia significar alguma manifestação de amor. Continuava, ainda, insatisfeito. Ele mesmo não havia sentido o amor. Mas como descrever o amor? Como traçá-lo em linhas? Haveria no extenso vocabulário mundial, esta Babel, algo que definisse o amor? Anos a fio continuava a sua incessante procura. Não encontrando, decepcionado, volta ao lar. Lá chegando uma velhinha ternamente o acolhe nos braços e ele diz com uma lágrima nos olhos: “mamãe”. Descobria então a definição e o sentimento do verdadeiro amor. Não pôde transcrevê-lo. Apenas abraçou forte sua mãe. E aí cada vez que o fazia estava declamado o poema.

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