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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

não te olho nos olhos

Quanta ousadia! Passa por mim olhando-me fixamente

Por serem nossos roteiros idênticos sempre topamos

Aqueles olhos morteiros me atingem no celoma

Sinto-me todo embaraçado quanto estou sob seus olhos

Cada um olha o que quer como quer e quando quer

Só que seu olhar direto e fuzilante me tira o tino

Quero olhar-lhe também, mas desta forma não dá

Olho no olho é hiper complicado. Vejo as pernas.

Já decorei cada detalhe da tatuagem que tem na perna

Todos os ângulos já foram vistos e mensurados

Fuga dos olhos e desço o olhar para as pernas

Sem igual torneação são as pernas

E os pés!? Quanta delícia. Sou podólatra assumido

Cada senão de todos os detalhes já foram vistos

A forma os modos tudo é lindo. Ah! Que pés

Detesto tênis. Mas os chinelos e a sandália são tudo de bom

Pezinhos claros, olhar palpitante, pernas lindas

Posso não ter constato isto, mas te amo

Fica na vontade, na libido, na ânsia

Olhos verdes! não sei. Jamais hei de esquecer-te

Pois na fuga dos olhos descobri coisas diferentes

Posso não ter-te amado na cama, mas os olhos venceram-me

Nas pernas passeio, nos pés realizo-me

Tudo por não poder olhar nos olhos

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