Imaginemos a situação:
Um revolver de visual monstruosamente intimidador:
Com capacidade para 6 munições.
Sendo que seu portador o municia com 4 (quatro) munições de plástico. Ou seja, Munições não letais.
As outras duas munições – colocadas estrategicamente para serem as ÚLTIMAS a serem deflagradas – de grande potencial e poder de parada.
Trato aqui de um revolver calibre .38 (uso permitido) devidamente registrado e com o devido porte.
Boa parte das armas gira seus carregadores (tambores) no sentido anti-horário, assim sendo, posicionando-se corretamente as munições no carregador, é possível definir qual será o primeiro, segundo, terceiro, etc tiros a serem deflagrados.
Numa pistola ainda mais fácil de fazer esta ordem, já que o carregador é vertical.
Este cidadão teme por ser abordado por bandidos e teme mais ainda ter fazer uso eficaz (matar) com sua arma. Assim sendo a municiou naquela forma acima explicada, para fazer uso primeiro das munições não letais, e somente em último caso, depois de frustrados os tiros plásticos, serem deflagrados os de chumbo/aço.
AGORA A HIPÓTESE QUE CONSTRUO.
Eis que, retornando de seu trabalho, altas horas da noite, é abordado por um assaltante que lhe rende com uma faca.
Nosso cidadão reage e lhe acerta um tiro no ombro. O projétil plástico estraga sua camisa, e sangra levemente o meliante. Mas tal fato não impede a investida criminosa, o que propicia mais um disparo, agora no peito.
Diante do segundo disparo o bandido continua seu intendo, o tiro acertou um celular no bolso da camiseta e não fez efeito malefício algum.
Os disparos são ouvidos de longe já que de alto e bom som retumbavam noite a dentro, despertando a vizinhança. Ninguém se propõe a colocar a cara na janela medrando levar um tiro.
Passos acelerados o bandido avança e outros dois tiros (os últimos de plástico) atingem o meliante no peito, provocando um sangramento maior, e na barriga, ficando até mesmo o projétil cravado nas “banhas” do criminoso.
Nada obsta o marginal, que ainda avança com a faca empunhada e enfurecido!
O bandido parece o Rambo ou o Chuck Norris! Podem pensar, mas tiros assim são comumente utilizados pela Polícia Militar em ações anti-tumulto e poucas lesões provocam nos alvos (pessoas). Lembremos que estou tratando de um .38 e não uma 12 onde mesmo os chamados tiros não-letais são bem extravagantes.
Agora então, acuado, o nosso cidadão dispara – CONSCIENTEMENTE – o quinto tiro. Sabe ele que agora uma munição “hi-power” de alto “stopping-power” acertará o seu algoz.
Disparado, o projétil acerta, numa trajetória ascendente o queixo do meliante, atravessando sua boca, penetrando no crânio logo atrás da cavidade ocular, saindo no alto de sua cabeça levando consigo 80% da massa encefálica do meliante.
MORTE INSTANTÂNEA!!!
pergunto:
- legítima defesa?
- dolo eventual?
- lesões corporais apenas?
- tribunal do júri?
Quais comentários poderemos tecer a cerca desta HIPÓTESE que levantei?
Agradeço as colaborações!
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